21 de julho de 2011

Capítulos de um diário ainda não escrito.

Fim de tarde. É quarta feira... aquele dia nem lá, nem cá. Está mais escuro do que o habitual, culpa da fina garoa que cai. Em meio a pressa da cidade, um se destaca, está exausto. Recebe uma mensagem, duas... esperam por ele. Chega em casa, ela está no sofá, envolta num grosso cobertor.

 - Você demorou
 - Eu sei, acabei me atrasando, me desculpe. Está melhor?
 - Não, preciso de você.

Ela tinha um feição adoentada; estava há dias com uma forte gripe. Sonolenta, falava com dificuldade.  Ele tira a blusa molhada, senta-se ao lado dela.

 - Te trouxe um chocolate. - ele tira o bombom do bolso
 - Oh, obrigada, amor.  - ela sorri e lhe agradece com um beijo
 - Você tomou os rémedios, meu amor?
 - Todos, alguns desnecessários.

O sorriso dela se torna sapeca, quase como o de um menino que fez arte.

 - E a dor de cabeça, continua forte?

Ela não responde, só acena com a cabeça afirmativamente, infelizmente. Ele vai à cozinha e volta com duas canecas de café quente, entrega uma à ela. Ele pede um lugar no sofá, se senta enquanto ela deita em seu colo, acaricia os longos cabelos cacheados dela. Ela olha em seus olhos com ternura e com um sorriso leve quase sussura:

 - Obrigada
 - Eu te amo

E assim abraçados, assistem a uma comédia romântica qualquer, adormecem tranquilos, só precisam mesmo um do outro ali. Pra sempre.

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