Fim de tarde. É quarta feira... aquele dia nem lá, nem cá. Está mais escuro do que o habitual, culpa da fina garoa que cai. Em meio a pressa da cidade, um se destaca, está exausto. Recebe uma mensagem, duas... esperam por ele. Chega em casa, ela está no sofá, envolta num grosso cobertor.
- Você demorou
- Eu sei, acabei me atrasando, me desculpe. Está melhor?
- Não, preciso de você.
Ela tinha um feição adoentada; estava há dias com uma forte gripe. Sonolenta, falava com dificuldade. Ele tira a blusa molhada, senta-se ao lado dela.
- Te trouxe um chocolate. - ele tira o bombom do bolso
- Oh, obrigada, amor. - ela sorri e lhe agradece com um beijo
- Você tomou os rémedios, meu amor?
- Todos, alguns desnecessários.
O sorriso dela se torna sapeca, quase como o de um menino que fez arte.
- E a dor de cabeça, continua forte?
Ela não responde, só acena com a cabeça afirmativamente, infelizmente. Ele vai à cozinha e volta com duas canecas de café quente, entrega uma à ela. Ele pede um lugar no sofá, se senta enquanto ela deita em seu colo, acaricia os longos cabelos cacheados dela. Ela olha em seus olhos com ternura e com um sorriso leve quase sussura:
- Obrigada
- Eu te amo
E assim abraçados, assistem a uma comédia romântica qualquer, adormecem tranquilos, só precisam mesmo um do outro ali. Pra sempre.
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